Outro dia estava eu, humildemente, largando um barrão no banheiro dos fundos aqui de casa. O banheiro dos fundos, talvez por ser… bem, dos fundos, nunca recebe muita atenção da minha mãe na hora da limpeza. E quando eu digo “nunca”, eu quero dizer que tem uma teia de aranha lá que permanece intocada desde os tempos de Janis Joplin. Essa situação faz com que, por vezes, o utilizador do sanitário seja surpreendido pelos mais diversos tipo de animais silvestres, que variam desde aranhas enjoadas de comer poeira e decididas a comer seres humanos, a baratas do tamanho da coxa da Valeska.
E não é que mais uma vez eu fui surpreendido por uma besta selvagem? A moça era famosa, aliás. Se não me falha a memória, o último trabalho dela havia sido como Cearadáctilo no filme do Jurassic Park. Mas esse filme é antigo. Ela já havia crescido muito desde então.
Eu e ela, ela e eu. Nós 4. Olho no olho.
Tive a mesma reação que todo homem másculo e ousado teria – saí correndo, com as calças nos tornozelos e os equipamentos balançando. Percebi que havia deixado a porta aberta, o que abria a possibilidade dela fugir do banheiro e se tornar um risco de proporções mundiais. Mas já estava longe demais para voltar, e desarmado nada poderia fazer em caso de um ataque.
Comentários